Nos últimos tempos, graças ao investimento de pequenos empresários da área laboratorial, a população de cidades distantes, que costumam possuir recursos mais escassos, passou a ter acesso às novas tecnologias. Isso impactou diretamente na melhoria da assistência médica, que agora conta com diagnósticos mais rápidos e precisos. No entanto, empreender não é nada fácil, e ainda há alguns desafios que acabam dificultando essa tarefa e desmotivando o gestor.
Descubra, na pauta de hoje, quais são os desafios que os gestores de laboratório vêm enfrentando no Brasil, e saiba como lidar com essas adversidades.
1) Falta de conhecimento específico sobre gestão
Sendo, talvez, um dos complicadores mais atenuantes da área, a falta de conhecimento sobre gestão pode deixar o gestor desarmado, principalmente na hora de resolver adversidades que são próprias do negócio. O conhecimento é responsável por desenvolver o pensamento crítico, que, por sua vez, propicia a tomada de decisões mais eficientes e em menos tempo. Ou seja, quanto mais o gestor estudar e se atualizar sobre os assuntos pertinentes à sua área de atuação, mais munido ele estará para lidar com possíveis contratempos.
2) Concorrência acirrada
A economia brasileira está saturada para diversos mercados, incluindo as análises clínicas. Não é incomum encontrarmos em torno de cinco laboratórios em cidades com menos de 100 mil habitantes, e as consequências disso refletem diretamente na margem de lucro do laboratório. Dessa forma, o gestor que deseja manter o seu laboratório deve traçar um plano estratégico de marketing eficiente, monitorar as estratégias da concorrência e conquistar, dia após dia, o apreço do público pela sua marca.
3) Desconhecimento sobre as finanças do laboratório
Quanto custa um exame de glicose para o laboratório? E não estamos falando apenas do reagente envolvido, tubo e imposto, mas também da mão de obra, do aluguel, da água, da luz, do laudo impresso, do controle de qualidade, e de muitos outros fatores que influenciam no preço do exame, mas que não costumam ser considerados na precificação. Para tomar decisões estratégicas, que não prejudiquem o laboratório, é vital que o gestor exercite diariamente o controle financeiro da empresa da forma mais acurada possível.
4) Má remuneração das operadoras
O mercado não está saturado apenas para os laboratórios, mas para as operadoras de saúde também. Além do SUS e da oferta de planos de saúde populares, outros fatores vêm pressionando as grandes operadoras, como o crescimento do número de idosos e o aumento do custo dos insumos. Para balancear essa conta, os prestadores de serviço, como é o caso dos laboratórios, acabam recebendo cada vez menos por seu trabalho. Para sobreviver nesse cenário, o ideal é que o laboratório não dependa apenas de uma ou duas grandes operadoras, mas que pulverize a sua receita entre pacientes particulares, planos empresariais, etc. Dessa forma, se houver uma queda nos valores pagos por um convênio, o impacto na conta total do laboratório estará mais diluído.
5) Alta regulamentação
Segundo o Dr. Luiz Fernando Barcelos, presidente da SBAC, “os laboratórios representam, provavelmente, a atividade mais regulada do país. Além da RDC 302, devem cumprir as RDCs 50, 63, 30 e 222, no âmbito sanitário. Já na área trabalhista, as NR 1, 4, 5, 6, 7, 9, 15, 17, 26, 28 e 32. Além disso, o laboratório com até 18 funcionários deve ter um responsável pelo conteúdo da NR 5, e aquele com 19 funcionários ou mais deve constituir uma CIPA”. A matéria está disponível aqui.
Embora o cumprimento dessas exigências seja importante e necessário para a segurança do paciente, é fato que elas impactam significativamente nas contas dos laboratórios. Por isso, fazer um rígido controle financeiro pode ser uma excelente estratégia para enxugar os custos, quando o valor, para atender as exigências regulatórias, começar a ficar muito caro.
6) Processos judiciais
Nas análises clínicas, não faltam processos jurídicos de pacientes que se sentiram lesados por alguma conduta do laboratório, ou mesmo de seus colaboradores, cobrando valores por excedente de função. Mesmo com o aumento de jurisprudências em favor do laboratório, o que eleva suas chances de ganhar a causa, os custos processuais ainda podem pesar no bolso do gestor. Para lidar com essa adversidade, deve-se ter sempre à disposição o contato de um advogado de confiança, que preferencialmente conheça a realidade jurídica laboratorial, como é o caso do Dr. Daniel Zanetti, que publica artigos sobre questões judiciais aqui no Aceleralab.
7) Falta de mão de obra qualificada
Nas cidades mais distantes das capitais, é comum ter que lapidar ou formar o profissional que irá trabalhar no laboratório. Isso porque o conhecimento específico da área é algo que dificilmente será encontrado nos candidatos. Por isso, mais do que contratar um profissional pela experiência, deve-se verificar a sua capacidade de aprendizagem, pois, certamente, ele necessitará de um treinamento técnico complementar.
8) Público informado X desinformado
Quanto menos a região atendida entender sobre a importância da qualidade, ou perceber os diferenciais do laboratório, maior será a procura pelos estabelecimentos que possuem melhor preço, deixando de lado os outros fatores. Em contrapartida, os pacientes que estão acostumados a frequentar o laboratório, e que entendem a importância de realizarem exames com qualidade, vão exigir mais dos seus fornecedores, obrigando o laboratório a investir constantemente em tecnologia e infraestrutura. Sendo assim, conhecer o seu público pode ajudar a comunicar melhor seus diferenciais para os pacientes. Além disso, optar por investimentos que estejam mais alinhados com as expectativas deles apenas irá melhorar a percepção que o paciente tem do laboratório.
9) Compromisso com a vida
O produto final do laboratório não é como uma cafeteira, que pode apresentar defeitos após a produção. Estamos falando de um grande desafio: o compromisso com a vida. Na área laboratorial, segundos fazem diferença! Um resultado errado, ou uma análise que carece de controle de qualidade técnico, pode colocar dezenas de pacientes em risco. No laboratório, do atendimento até a área técnica, todo procedimento deve ser realizado com zelo, dedicação e empatia. A segurança do paciente deve vir sempre em primeiro lugar, independentemente da decisão estratégica da gestão.
Embora possa parecer desmotivador, o cenário laboratorial ainda pode ser muito frutífero, financeiramente, para os gestores que se empenham, dia após dia, na profissionalização da sua gestão. Novos desafios vão surgir o tempo todo, mas os gestores podem encontrar os meios necessários para alcançar soluções mais ágeis, inovadoras e menos custosas para o seu negócio. Nessa empreitada, o gestor laboratorial pode contar com o Aceleralab, que busca sempre promover conteúdos relevantes para a gestão. Se você tem uma sugestão, ou gostaria de contribuir com alguma pauta, entre em contato com a gente! Basta clicar aqui.
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