Nos meses que estão por vir (dezembro, janeiro e fevereiro), é bem possível que alguns laboratórios acabem experienciando uma queda sazonal no movimento, principalmente em decorrência da pandemia. Sendo assim, para ajudar os gestores a se prepararem para essa situação, elencamos quatro fatores que podem contribuir para a redução do movimento no laboratório.
Redução da renda dos pacientes
Com níveis de desemprego alarmantes, é provável que muitos clientes do laboratório estejam com a renda comprometida e evitem investir em saúde, a menos que seja algo de extrema necessidade. Tal fator ainda pode implicar em mais alguns problemas:
Redução do movimento de clientes com convênio
Se já havia uma evasão de pacientes conveniados antes da pandemia, isso pode se intensificar com a redução da renda, principalmente quando se trata dos pacientes que arcam com maiores custos de mensalidade, como idosos e famílias. Nesse caso, pode haver uma migração de pacientes para o atendimento SUS e particular, que provavelmente darão preferência para laboratórios que ofereçam mais opções de desconto.
Falta de opção de pagamento
Os laboratórios que ainda não trabalham com opções de pagamento parcelado podem ter dificuldade para manter pacientes particulares. Ainda assim, o desconto à vista se mostra como uma opção atraente para pacientes, que gastam um pouco mesmo pelo serviço que deseja, e para o laboratório, pois, além de evitar as taxas do cartão, o gestor pode contar com o valor imediatamente no caixa. De qualquer maneira, quanto mais opções o laboratório oferecer, menores serão as chances de perder o paciente para a concorrência.
Encarecimento de custos dos exames
O encarecimento de custos de exames pode criar um impacto negativo para as contas do laboratório. Nessa época do ano, muitos insumos costumam sofrer um aumento e, por causa da pandemia, os valores podem sofrer alterações ainda mais exorbitantes pela falta de matéria-prima no mercado.
Outro fator que não envolve o laboratório diretamente, mas que pode impactar no seu movimento, diz respeito ao aumento de outros tipos de produtos básicos (alimentação e higiene), o que compromete significativamente o orçamento de muitas famílias. Com menos dinheiro disponível, os clientes podem postergar a realização de exames ou procurar laboratórios que ofereçam serviços com valores mais acessíveis.
Segunda onda de isolamento
Com o aumento cada vez mais frequente do número de infectados pela doença, possivelmente algumas restrições voltem a vigorar, e isso poderá trazer mais alguns prejuízos para o movimento do laboratório. São eles:
Redução na procura de exames de rotina
Na primeira onda da pandemia, muitos pacientes deixaram de realizar os seus exames de rotina para evitar o contágio da COVID-19. Com a segunda onda chegando, esse fato pode acontecer novamente, principalmente por causa do fim de ano, e porque há uma preocupação do governo em minimizar a exposição ao risco.
Ainda que ocorra uma diminuição na procura pelos exames, é possível que haja um aumento significativo nos testes de COVID-19, já que alguns pacientes pretendem visitar a família para as festas e, por isso, querem descartar o diagnóstico da doença antes de viajar.
Falta de atendimento médico
Na primeira onda, diversas clínicas e consultórios foram fechados. Tal fato pode se repetir novamente na segunda onda, principalmente porque alguns profissionais podem querer emendar os feriados com as férias no fim do ano. Nesse caso, a baixa de atendimento médico poderá impactar também no movimento do laboratório.
Perda da qualidade do atendimento
Em virtude da redução do quadro de funcionários, e das mudanças realizadas como forma de adaptação ao novo cenário imposto pelo isolamento, alguns laboratórios podem sofrer impactos no movimento devido à queda na qualidade do atendimento. Para evitar esse contratempo, uma pesquisa de satisfação (ao término do atendimento ou na hora de retirar os resultados) pode permitir avaliar de forma mais específica que tipo de problema pode estar afastando os pacientes do laboratório.
Com tantas mudanças acontecendo em um período tão curto de tempo, é importante que o gestor se mantenha atento às oscilações de movimento na região. Indicadores como o volume de exames realizados por convênio ou número de pacientes infectados e internações, por exemplo, podem ajudar a avaliar os possíveis cenários mercadológicos que o laboratório irá enfrentar.
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