O Laboratório que Encanta de hoje é de Ivinhema/MS, um dos centros mais importantes do Vale do Ivinhema: o Labcentro. Fundado pelo João Paulo Stringheta, que é farmacêutico/bioquímico, o laboratório trouxe um novo patamar de atendimento para a região. Com profissionais altamente qualificados, o Labcentro ainda reforçou seu compromisso com a saúde, durante a pandemia, trazendo aquisições tecnológicas que possibilitaram um diagnóstico mais rápido e de excelência. Acompanhe a entrevista com o fundador do Labcentro!
Dr. João Paulo, quais são os principais pontos que colocaram seu laboratório em posição de destaque na cidade de Ivinhema?
Em dezembro de 2019, inauguramos nosso novo espaço. Cada detalhe foi projetado pensando no conforto dos clientes e para facilitar o trabalho dos colaboradores, da recepção à área interna. Contamos com salas de coletas (incluindo uma sala específica para coletas ginecológicas e uma sala privativa para o atendimento ao cliente), espaço para o café, copa, área de serviço e uma sala exclusiva para arquivo e TI.
Na área externa, foi feito um recuo na frente do prédio, para que os clientes tenham um estacionamento exclusivo; criamos também um acesso nos fundos do laboratório, onde realizamos coletas via drive thru. Atualmente, esse espaço vem sendo muito usado na coleta de exames para COVID-19, dando assim mais privacidade aos clientes.
Com o sucesso do laboratório e a vontade de expandir os serviços, recentemente o Labcentro expandiu sua atuação para Angélica/MS, cidade próxima ao laboratório. Como foi essa expansão?
A decisão de abertura de um posto de coleta no município de Angélica/MS foi baseada na demanda de alguns clientes que moram no município e na possibilidade de explorar um local em potencial para mostrarmos nosso trabalho, uma vez que a distância não é muito longa (20 km), o que facilita todo processo logístico envolvido.
Você verificou a necessidade da classe médica da região em relação aos exames hormonais e de imunologia, além de investir em um equipamento de ponta para atendê-los melhor. Conte-nos como foi essa decisão e quais benefícios o equipamento trouxe.
Essa foi uma decisão delicada, que teve de ser bem estudada. Atualmente, temos 3 grandes empresas que prestam serviços de apoio laboratorial para todo o estado, com um custo baixo para testes terceirizados de laboratório. Contudo, em algumas situações, eu vejo a necessidade de fornecer os resultados para o cliente no mesmo dia, além de ter um diferencial em relação à concorrência. Outro ponto que vejo é a necessidade de introduzir um exame corriqueiro, como o exame de Beta HCG, que agora passa a ser quantitativo com liberação do resultado em 30 minutos. Dessa forma, não fazemos mais o teste qualitativo, que é menos sensível e específico, evitando erros. Além desses exames, também liberamos no mesmo dia TSH, T4L, Ferritina, Sorologias para HIV, antígeno P24 e hepatite C. Com a pandemia, esse mesmo equipamento nos atende para dosagem de anticorpos totais para COVID-19.
Com a pandemia, o laboratório passou por estruturações internas para garantir a biossegurança e privacidade dos pacientes. Quais medidas foram tomadas e como isso vem refletindo nas percepções dos clientes?
Desde a pandemia causada pela COVID-19, estamos passando por situações excepcionais num ritmo acelerado, o que vem exigindo desde a implantação de treinamentos até compras de EPIs. Aqui foram tomadas decisões baseadas e repassadas pela secretaria municipal de saúde e pela vigilância epidemiológica do município.
A recepção foi reestruturada para atender aos clientes de forma reduzida, por isso, há menos assentos disponíveis para manter a distância de 2 metros entre as pessoas. Além disso, a cada coleta, as cadeiras são higienizadas com álcool 70% ou solução de quaternário de amônio, e foi distribuído álcool em gel por todo o laboratório. Todos os colaboradores também estão usando máscara PFF2 ou N95 com “face shield”, assim como vestimentas especiais para a coleta de swab de nasofaringe para COVID-19. De modo geral, as pessoas têm percebido e reagido bem às ações implantadas pelo laboratório por causa da pandemia.
Como está sendo a sua experiência com o drive thru de coleta?
A coleta drive thru é uma forma a mais de protegermos nossos clientes de uma possível infecção pelo vírus. Como já comentei, temos a possibilidade de fazer esse serviço no estacionamento de fundos do laboratório para preservar a confidencialidade do cliente. Percebemos que as pessoas têm reagido muito bem a esse tipo de coleta e até feito elogios, principalmente pelo fato de terem sua identidade preservada.
Ainda no que se refere à COVID-19, você fez a aquisição de outro equipamento para o laboratório, que auxilia na rapidez do diagnóstico do exame RT-PCR. Quais são suas percepções sobre essa nova aquisição em relação aos benefícios que ela fornece para o laboratório?
Esse é um ponto que considero bastante delicado, pois se trata de uma daquelas decisões difíceis de serem tomadas, e que colocam à prova nosso papel como gestores. Embora os laboratórios de apoio consigam nos atender, hoje em dia, um teste de RT-PCR demora em média 5 dias úteis para ficar pronto, o que no meu ponto de vista perde o sentido. Para diagnosticar a COVID-19, quanto mais rápido o resultado, mais rápidas serão as tratativas de tratamento e isolamento. Afinal, quando você tem a certeza de que está com a doença, você fará o isolamento ainda mais restrito de forma consciente, diminuindo as chances de contaminação do resto da população.
Em relação ao equipamento, não existe a possibilidade de aluguel, mas somente de compra. Além disso, esse equipamento requer a instalação de uma cabine biológica (classe 2B2), o que, no caso do estado do Mato Grosso do Sul, precisa passar por um processo de validação feito pelo LACEN-MS. Tudo isso tornou o processo de implantação muito custoso, e investir em plena pandemia, quando o faturamento caiu drasticamente, tornou o desafio ainda maior.
Mas eu acredito, sem sombra de dúvidas, que é algo que valeu a pena, pois já temos percebido os resultados positivos de liberar o resultado de um teste de COVID-19 em até uma hora após a coleta. Escolhemos implantar a plataforma GeneXpert da Cepheid, que conheci aqui no portal Aceleralab. Todo esse esforço fez do Labcentro o único laboratório do interior do estado de MS (até o momento) a realizar o RT-PCR e o único a estar habilitado pelo LACEN-MS para executar esse teste.
Para diversificar o portfólio do laboratório, foram realizadas parcerias com clínicas de vacinação. Como o mercado recebeu essa inovação do laboratório?
Essa é mais uma ação baseada na solicitação de nossos clientes. Com frequência, ligavam perguntando sobre as vacinas de Gripe H1N1. Então, entramos em contato com a clínica Immunitas, especializada em vacinas, localizada no município de Dourados-MS (a 120 km de Ivinhema). A princípio, seria somente vacinas para H1N1, porém, surgiram solicitações para outras vacinas, como por exemplo: meningites (Meningo B e Meningo ACWY), pneumonias (Pneumo 13 e Pneumo 26), além de quase todas as vacinas presentes no calendário de crianças. O mercado recebeu tão bem essa inovação que, atualmente, temos sessões mensais de vacinações aqui no laboratório.
E quais são os próximos passos do laboratório?
Temos um compromisso muito forte com a segurança dos nossos pacientes. Em 2018, conquistamos o certificado "Prata" por receber por 5 anos consecutivos a classificação "Excelente" no Programa Nacional do Controle de Qualidade (PNCQ). Assim que passar a pandemia, pretendemos implantar a Acreditação do DICQ, patrocinado pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, para garantir mais segurança em nossos processos e precisão aos nossos resultados.
Sobre o laboratório:
Inaugurado em 27/06/2011, é participante ativo do PNCQ desde o início de 2013, com certificação na categoria prata.
Sobre o fundador:
João Paulo Stringheta é formado em Farmácia (2006) com habilitação em análises clínicas (2007) pela UNIDERP. Além disso, possui pós-graduação em análises clínicas (2009) pelo Conselho Regional de Farmácia – CRF-MS.
Comments