A realidade da população frente à pandemia, que ainda não tem data para acabar, tem deixado as pessoas com os sentimentos à flor da pele. Segundo um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e publicado pela revista The Lancet, os casos de depressão aumentaram 90% e o número de pessoas que relataram sintomas como crise de ansiedade e estresse agudo mais que dobrou entre os meses de março e abril do ano passado.
Considerando esse cenário, é mais do que necessário praticarmos a empatia, isto é, buscar compreender os sentimentos e as emoções do outro, procurando experimentar o que ele sente. De acordo com os psicólogos norte-americanos Paul Ekman e Daniel Goleman, há três tipos de empatia: a emocional, a cognitiva e a compassiva.
- A empatia emocional, também chamada de empatia afetiva, acontece quando conseguimos sentir o que o outro sente e quando nos colocamos em seu lugar. Como um tipo de contágio, é possível se sentir fisicamente como a outra pessoa e, assim, partilhar conexões.
- A empatia cognitiva é caracterizada pelo entendimento de como o outro pensa e vê as coisas. Por isso, ocorre sob uma perspectiva de entender o pensamento e a visão de mundo do outro.
- Por fim, a empatia compassiva é aquela que, mais do que sentir ou acolher o pensamento do outro, você se mostra aberto para acolher e ajudar o próximo.
Agora que você já sabe quais são os tipos de empatia, é natural que você queira utilizar a empatia compassiva em alguns momentos para acolher o outro. No entanto, é preciso ter certos cuidados e evitar determinados comentários e atitudes para que a conexão aconteça.
Parece empatia, mas não é
1. Aconselhar/Educar
Quando uma pessoa compartilha seus problemas, nem sempre ela espera que você dê uma solução, que julgue o que ela fez ou que mostre como você resolveria a questão no lugar dela. Cada um de nós possui vivências e visões diferentes. Por isso, assumir que a pessoa tomaria as mesmas decisões que você é um equívoco. Não esqueça que, mesmo que algum assunto seja compartilhado, não cabe a você passar as instruções de como a pessoa deve se portar diante da situação, e muito menos cobrar que algo seja feito à sua maneira.
Lembre-se de que “você se torna responsável pelo que cativa”, e se a pessoa tomar uma atitude que você sugeriu, e não deu certo para ela, a responsabilização poderá ser sua.
2. Competir
Principalmente na pandemia, muitas vezes buscamos conforto imaginando que existem outras pessoas em situações piores. Mas é importante ficar claro que não existe competição de quem sofre mais, nem de qual dor é maior. Se uma pessoa está chateada porque está recebendo menos do que gostaria, não é um consolo falar dos milhares de desempregados que não estão conseguindo recolocação. Portanto, uma frase do tipo “podia ser pior” não costuma ajudar.
3. Consolar
Sentir pena de outra pessoa pode fazer com que ela se sinta mais fraca e sem forças para levantar-se. Quando alguém lhe trouxer um problema, não trate a pessoa com dó ou use termos como “coitadinha”, “pobrezinha”. Evite colocar a pessoa na posição de vítima; em vez disso, escute-a sem julgamentos e oferecendo suporte e acolhimento.
4. Encerrar o assunto
Alguns assuntos são realmente desagradáveis e, muitas vezes, repetitivos. No entanto, se a pessoa está compartilhando os sentimentos dela com você, significa que isso ainda a incomoda. Por isso, dizer frases como “nem continua” ou “troca o disco” pode fazer com que a pessoa engula os sentimentos e não encontre forças para uma solução adequada.
Na pauta “Como entender melhor o público do laboratório”, introduzimos o “Mapa da Empatia”, uma ferramenta que vem sendo cada vez mais utilizada para compreender melhor o que os clientes (pacientes) pensam, mas que também pode ser aplicada na comunicação com outros tipos de público, como os colaboradores do laboratório.
Agora, queremos saber de você: quais são os exercícios de empatia que você utiliza para se colocar no lugar dos outros e assim ter a inteligência emocional necessária para gerir o laboratório?
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