Em uma pauta anterior, intitulada “Laboratório Pós-pandemia: Como Evitar um Legado Negativo”, abordamos em nosso portal qual seria a situação do laboratório após a pandemia. Mas, em se tratando do futuro, nos parece importante também entender como a COVID-19 poderá mudar as relações de consumos entre os laboratórios e seus clientes, e qual tipo de mercado consumidor poderemos encontrar daqui pra frente.
Dito isso, a fim de ajudar nossos leitores a projetarem as metas estratégicas do laboratório para os próximos meses, nesta pauta, listamos algumas mudanças que já estão sendo percebidas por laboratórios de todo o país.
Proatividade na busca pela saúde
Nos dias de hoje, cuidar da saúde ganhou um novo significado para muitas pessoas, e a COVID-19 pode ser uma das responsáveis por isso. Comorbidades, como diabetes e hipertensão, que são fatores de risco para o novo coronavírus, forçaram milhões de pessoas a ficarem isoladas em casa, para evitar o risco de contágio.
Essa situação despertou no público um sentimento de valorização da saúde, extremamente necessária para não causar mais transtornos no futuro. Assim, além de buscar alimentar-se melhor e praticar atividades físicas, a tendência é de que as pessoas passem a procurar o consultório médico e a realizar exames sem apresentar nenhum sintoma, tendo o objetivo de avaliar o estado geral de sua saúde e diagnosticar possíveis doenças precocemente.
Nesse cenário, o laboratório é visto como um grande aliado da população, pois os exames laboratoriais são os principais recursos, senão os únicos, utilizados para monitorar a saúde e perceber alterações importantes no organismo.
Profissionais da saúde: os novos influenciadores
Se antes da pandemia um influenciador era visto como qualquer pessoa que dita moda ou que influencia os demais com seu estilo de vida, suas opiniões e seus hábitos, pode ser que, após a pandemia, esse conceito seja revisto. Afinal, quem está ganhando espaço agora são os grandes “heróis” do dia a dia, ou seja, aqueles que prestam serviços essenciais. Entre eles, o profissional da saúde vem se destacando, assim como os laboratórios de análises clínicas, responsáveis por realizar os exames para detectar a COVID-19.
Com tanta visibilidade, pode ser uma ótima estratégia para o laboratório criar um canal de comunicação com clientes e prospects, que estão ávidos para saber mais sobre exames e outros cuidados relacionados à saúde.
Concorrência acirrada por exames de qualidade
Um resultado impreciso, que induza a um diagnóstico equivocado, como foi o teste de COVID-19 em relação aos resultados falso-positivos ou falso-negativos, pode deixar o laboratório e o paciente (e quem está próximo a ele também) em maus lençóis. Portanto, se houve algum grande aprendizado da população em relação aos exames laboratoriais na pandemia, é que a qualidade técnica é imprescindível.
Tendo em vista esse novo cenário, o menor preço vem deixando de ser o fator mais importante para os pacientes, mesmo porque, a cada dia, eles estão procurando se informar sobre o nível de comprometimento do laboratório com a qualidade, que vai desde a realização dos controles internos e externos até a oferta de exames pelo seu método de análise (um exemplo disso é o caso do paciente que não quer realizar o teste rápido para COVID-19 por causa de seu histórico negativo). Diante disso, o laboratório que comunicar melhor os seus esforços de qualidade tenderá a conquistar e reter mais clientes.
Tudo no menor tempo possível
Se o consumidor já estava exigindo do fornecedor a entrega acelerada de um produto ou serviço, após a pandemia, o imediatismo vai ganhar ainda mais força. Aliás, nas compras on-line, os clientes já estão pagando mais caro para receber os produtos dentro do menor tempo possível.
No serviço da Amazon Prime, por exemplo, você pode receber em até dois ou três dias o que antes levava em torno de quinze dias para ser entregue. E essa tendência também já está se estendendo para o mercado de análises clínicas: quem demora quatro ou cinco dias para entregar um exame está perdendo clientes para quem entrega o resultado no mesmo dia.
Além disso, o próximo passo dessa economia acelerada pode ser a disponibilidade de agendas de coleta interna e domiciliar imediatas, com taxa de urgência para quem deseja realizar um exame no mesmo dia ou, no máximo, no dia seguinte. Sendo assim, seguindo a recomendação de evitar aglomerações no local, o laboratório terá que encontrar uma maneira de atender à demanda, já que a prática de agendar o exame para daqui a dois ou três dias pode se tornar obsoleta.
Com isso, fica evidente que aqueles que investirem na agilidade do atendimento e da entrega dos serviços serão a principal escolha dos clientes e, consequentemente, melhor remunerados.
Menos visibilidade nas ruas
Por causa da pandemia, é provável que as pessoas deixem de viajar com tanta frequência, e que passem a trabalhar de casa (home office). Tal comportamento influenciará na eficácia do marketing off-line do laboratório (como é o caso de outdoors, panfletos, etc), visto que as pessoas estarão menos presentes nas ruas. Sendo assim, para se manter ativo na lembrança do cliente, o laboratório precisará ser criativo na hora de pensar em como alcançar o seu público, seja por meio do boca a boca, seja pelas redes sociais.
Com base nos pontos abordados na pauta de hoje, fica evidente que quem se adiantar na corrida pela visibilidade, bem como acompanhar as mudanças, irá colher frutos mais rapidamente. Nesse sentido, quais outras mudanças você tem percebido no mercado ou no comportamento do seu público? Compartilhe conosco!
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