O custo de uma má contratação impacta diretamente no resultado do laboratório: segundo estimativas, ele pode chegar a até três vezes o salário anual do contratado. Mas muito mais do que analisar o currículo, é necessário procurar por traços comportamentais que ajudem o laboratório a atingir os seus objetivos. Na pauta de hoje, falamos sobre como perceber os elementos comportamentais que podem desqualificar até o melhor dos currículos.
Uma boa entrevista, um péssimo colaborador
O processo de entrevista é muitas vezes a fonte principal de informação do recrutamento no laboratório. Quando um candidato fala tudo corretamente, exatamente da forma que queremos ouvir, fica quase impossível identificar se ele será um mau colaborador. Mas a habilidade com as palavras nem sempre condiz com as qualidades necessárias para a vaga em aberto. Por isso é preciso tanta preparação.
A recíproca é verdadeira
Principalmente para contratações na área técnica, uma entrevista ruim não é sinal de um mal colaborador. Alguns candidatos possuem excelentes qualificações, e boas experiências, mas não está acostumado com a condução de uma boa entrevista. Mas lembre-se: para vagas na recepção, a entrevista deve sempre correr tranquilamente, afinal de contas é uma posição que exige muita habilidade com pessoas e condução de adversidades.
Foque nas qualificações necessárias para a vaga atual, e procure referências nas experiências anteriores do candidato para tomar a sua decisão.
Defina muito bem o escopo da contratação
Um dos erros mais significativos dos recrutadores é não definir corretamente o escopo da vaga, e o plano de carreira para o funcionário antes de selecionar os perfis. Principalmente para a recepção e coleta, montar um verdadeiro time de colaboradores é fundamental para o sucesso de um laboratório. Com isso, muitas vezes você precisa de perfis complementares, que você vai buscar na hora da entrevista.
Quando nem mesmo o recrutador sabe o que procura em uma coletadora, por exemplo, é muito difícil fazer uma boa contratação. É preciso preparação prévia para a condução de uma entrevista, cruzando o currículo dos candidatos com o perfil comportamental que a vaga exige. O momento da entrevista é o momento de confrontar essas informações.
Consulte uma segunda opinião
Uma das saídas para evitar o erro na contratação é consultar uma segunda opinião. Peça auxílio a colaboradores de confiança para entrevistar o candidato, estimulando-os a repassar as percepções sobre o candidato. Essa atitude ajuda a completar as lacunas de informação, e ainda ajuda na integração do novo colaborador posteriormente.
Indicações de amigos e familiares podem ser uma má ideia
Os atalhos de contratação quando você tem uma vaga aberta no laboratório exatamente no perfil de um conhecido podem ser tentadores, porém são capazes de trazer más consequências. Indicações devem ser olhadas com mais cautela do que um candidato que veio por meio tradicionais: é possível que a pessoa saiba informações que podem auxiliar na resposta de algumas perguntas, o que dificulta a análise fria como um colaborador. Muitas vezes as recomendações se baseiam em comportamentos informais do candidato, mas a decisão final de contratação deve ser dada pela competência nas habilidades requeridas para a vaga. Se você verificar que o candidato tem as habilidades, aí sim, considere a contratação.
Crie uma estruturação para comparação
Muitas vezes, pode ser difícil seguir um roteiro de perguntas sem tornar a entrevista engessada e monótona. Mas com a estruturação da entrevista, os candidatos podem ser melhores avaliados de acordo com parâmetros em comum, e a contratação pode ser mais eficaz. Já falamos sobre o assunto aqui, onde fornecemos um roteiro de perguntas personali´zavel.
Atitudes que podem desqualificar um candidato
Algumas pessoas podem se tornar tóxicas dentro do laboratório, mesmo quando as habilidades e qualificações estão condizentes com a vaga. Alguns comportamentos podem trazer problemas sérios para o ambiente de trabalho, que podem desestabilizar a harmonia de trabalho. A melhor forma de evitar a contratação de perfis tóxicos é saber procurar os sinais que indicam os elementos negativos em um candidato.
Apatia
Um candidato que não demonstra emoções ao contar suas experiências anteriores, ou que não demonstra um desejo verdadeiro de fazer parte do time de colaboradores do seu laboratório, provavelmente não terá a energia necessária na rotina. Descubra algumas coisas que importam para o candidato, e veja se ele fala com paixão sobre o assunto.
Desonestidade
Não dá pra fazer vista grossa para pequenos sinais de desonestidade. Eles são indícios de uma personalidade com falta de caráter e profissionalismo. Caso observe traços negativos na personalidade do candidato, considere deixar a vaga por mais tempo em aberto. O custo de ficar mais tempo com o time desfalcado pode ser muito menor do que um colaborador desonesto!
Inconsistência
Se o candidato possui um currículo excelente, mas ao confirmar as informações você percebe inconsistência de informações, pode ser um caso grave. Além de ser um indicativo de desonestidade, dificilmente o candidato vai passar a segurança que você precisa no trabalho que ele vai desempenhar.
Egoísmo
Você já possui um time que está tentando trabalhar unido. Um perfil egoísta pode dificultar que as informações circulem pelo seu laboratório, e o pior, o egoísta pode atrapalhar o andamento dos processos pré-existentes, se ele se sentir ameaçado. Veja no momento da entrevista se o candidato está mais preocupado com os próprios ganhos, ou com o resultado final das vagas que ocupou anteriormente.
Preguiça
A preguiça não pode ser tolerada em nenhuma vaga dentro do laboratório. Um candidato que demonstra dificuldade de começar e/ou de terminar o que se propõe certamente não irá desempenhar um bom papel. No entanto, é preciso questionar os motivos por trás da falta de comprometimento, pois às vezes uma faculdade pode ter sido trancada por dificuldades financeiras, familiares ou até mesmo pessoais.
Menosprezo ao emprego anterior
Se o candidato menospreza os colegas, gerente, ou até mesmo as iniciativas do emprego anterior, tome cuidado! Se as críticas não forem realmente pertinentes à resposta da pergunta, elas podem indicar um funcionário que gosta de falar mal dos colegas para se sentir prestigiado.
Piadas Inapropriadas
Um candidato que não respeita os limites profissionais no momento da entrevista, dificilmente irá respeitá-los quando for contratado. Piadas e comentários ofensivos, ou um posicionamento político muito forte podem significar problemas de relacionamento futuros.
Reclamações e negatividade
Todos nós passamos por momentos difíceis nas nossas carreiras, porém se um candidato não consegue superar as adversidades e demonstra ressentimento durante toda a entrevista, desconfie. Você precisa de uma pessoa positiva para que os outros colaboradores não sejam afetados.
Candidatos na defensiva
Quando o candidato responde as perguntas de forma agressiva, isso possivelmente prova que ele possui pouco ou nenhum respeito pela autoridade, e demonstra que ele possui pouca disposição para ouvir críticas. Esse perfil pode se tornar muito difícil de manter quando ele for contrariado.
Certifique-se de que o laboratório está com um processo seletivo para atração de bons talentos. Decisões apressadas, com pouca preparação, ou entrevistas sem treinamento podem significar más contratações futuras. Esteja sempre preparado.
Ao contratar, dê todas as ferramentas necessárias para o trabalho do novo colaborador imediatamente. Se ele se sentir deslocado nos primeiros dias, provavelmente irá se decepcionar em ter escolhido o seu laboratório para trabalhar. Deixe ele começar com o pé direito!
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